(82) 3326-4454
sintect-al@uol.com.br

Loterias saem da rota e entram Correios

02/07/2012

...

 

Para evitar ser vítima da onda de violên­cia que toma conta de Alagoas, além das familiares câmeras de segurança, casas lotéricas de Alagoas estão se blindando para dificultar a ação dos bandidos e assim tentar se proteger dos assaltos. A me­dida vem dando resultado.

Desde setembro de 2011 até agora, 65% das casas lotéricas do Estado já conseguiram realizar a blindagem nos vidros e a tendência é esse número aumentar. “Acredito que até dezembro deste ano, 90% das casas lotéricas do Estado estejam com os vidros blindados”, revelou o presidente do Sindicato dos Agentes Lotéricos do Estado de Alagoas, Luiz Alberto Barros. Segundo ele, das 34 lotéricas existentes em Maceió cerca de oito ainda não foram blindadas. “Algumas dessas lotéricas estão em locais um pouco mais seguros, como shoppings”, ressaltou.

O número de assaltos a casas lotéricas em Alagoas diminuiu consideravelmente após a medida de segurança. De acordo com Luiz Alberto Barros, em 2011, foram registrados 36 assaltos em todo o Estado, enquanto que este ano, até o momento, apenas seis tentativas de assalto foram registradas. “Apenas em três unidades do interior, que não estavam blindadas, os criminosos tiveram êxito. As outras três tentativas de assalto foram abortadas, porque os locais já estavam com vidros a prova de bala”, re­lata.

Barros informou ainda que, até julho de 2011, a média era de seis assaltos a casas lotéricas por mês, o que hoje equivale ao nú­mero total de tentativas no primeiro semestre deste ano.

Outras medidas de segurança também foram adotadas no setor para diminuir o índice de assaltos. “Hoje não transportamos mais dinheiro. Quem faz o transporte é uma empresa de segurança”, informou Barros, acrescentando que só quem abre o cofre oficial é a empresa de segurança, que detém o poder da chave. “O bandido mata, mas não temos como abrir o cofre”, comentou.

Outro recurso utilizado pelas agências é o ‘botão do pânico’, que quando acionado pelos funcionários da lotérica, dispara um alarme na empresa de segurança que, por sua vez, aciona a polícia. O presidente contou ainda que todas as agências lotéricas dispõem de câmeras e de segurança armada.

 

Investimento evitou crise no setor

 

Sem opção contra os assaltos, o jeito encontrado pelas lotéricas foi investir em blindagem. “Estamos gastando muito em segurança, mais até do que nossas possibilidades: ou investíamos ou sairíamos do mercado. Graças a Deus, o investimento está valendo à pena”, declarou Luiz Alberto Barros, presidente do Sindicato dos Agentes Lotéricos de Alagoas.

A blindagem em Alagoas, cuja iniciativa foi do sindicato, tem o apoio da Caixa Econômica Federal, e hoje já serve de modelo para outros Estados. De acordo com Barros, em outros Estados, já existia a blindagem, porém em pequena escala.

“Os estados da Bahia, Ceará e Sergipe estão começando a blindagem agora, seguindo orientações do nosso sindicato”, informou o presidente. “Alagoas é hoje o Estado que, proporcionalmente, tem mais loterias blindadas do país”, completou.

 

Blindagem é custeada com empréstimo

 

Para custearem a blindagem dos vidros, os donos de casas lotéricas alagoanas contam com o financiamento da Caixa Econômica Federal, conquistado a duras penas, como relatou o presidente do Sindicato dos Agentes Lotéricos de Alagoas, Luiz Alberto Barros.

Ele afirma que, sem o apoio do banco, ia chegar ao ponto de parar as atividades. “Fomos a Brasília buscar ajuda financeira. Antes não existia esse tipo de empréstimo para lotéricos e conseguimos esse recurso, abrindo precedente para outros Estados”, afirma.

Para o presidente, se não fosse a viabilização do recurso, os agentes lotéricos não teriam condições de fazer a blindagem. “Nós estamos gastando muito com segurança para ter tranquilidade. É muito caro, mas a gente faz empréstimo”, declarou Luiz Gonzaga Tenório, proprietário da Loteria Farol.

Assaltado uma única vez, no estacionamento da sua casa lotérica, quando ia levar o dinheiro ao banco, Luiz Gonzaga disse que há duas semanas blindou seu estabelecimento. O vidro à prova de balas tem quatro centímetros e a placa de aço aguenta “chumbo grosso”.

Em sua propriedade, a Loteria Farol, ele disse que dispõe de câmeras, segurança, transportadora de valores, botão de pânico, além do apoio da polícia. Funcionários e clientes apoiam a novidade. “Acho a medida muito boa, é melhor para todos”, falou o servente de pedreiro João Félix de Moura, cliente da lotérica. Paulo César está trabalhando há sete meses na empresa e diz que agora se sente um pouco mais seguro.

 

Loterias saem da rota e entram Correios

Enquanto o número de assaltos a casas lotéricas no Estado diminuiu, agências dos Correios de Alagoas são presas fáceis de bandidos. Somente no primeiro semestre deste ano foram registrados 47 assaltos, seis a mais que em todo o ano de 2011. O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Alagoas acredita que, se a empresa adotasse a mesma medida que as casas lotéricas, o número de assaltos também reduziria.

“Um vigilante já diminuiria, imagine uma porta giratória e vidro à prova de bala?”, declarou o diretor do sindicato, André Moreira. Ele lembra que um Projeto de Lei que tramita na Assembleia Legislativa visa dar mais segurança a agências dos Correios e correspondentes bancários.

“Os assaltos as lotéricas diminuíram e consequentemente aumentaram o índice dos Correios. Os bandidos viram dificuldade nas casas lotéricas e encontraram facilidade nas agências dos Correios”, criticou. “Com a facilidade que tem hoje, encoraja todos os assaltantes a fazerem e não só as quadrilhas”, completou.

Há duas semanas, a direção dos Correios em Alagoas ordenou que todas as agências fizessem o atendimento ao público um a um e, em alguns casos, a agência fica com as portas fechadas, mesmo no horário de expediente. “A população já começou a reclamar, pois muitas vezes ou está sol forte, ou está chovendo”, relatou.

 

Funcionários deixam empresa

Tanto o Sindicato dos Agentes Lotéricos de Alagoas quanto o dos Trabalhadores dos Correios afirmam que a preocupação maior quando ocorrem assaltos é com os funcionários, vítimas diretas dos criminosos. Eles ficam tão assustados que, após um assalto, alguns se recusam a voltar ao trabalho.

“A sequela psicológica preocupa a gente. Já houve caso de os bandidos invadirem a casa do gerente, sequestrar ele e a esposa e ainda ameaçar os filhos”, contou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, André Moreira. “O abuso moral compromete a saúde dos funcionários”, enfatizou.

Moreira contou também que um atendente do interior não quis mais voltar para a agência que trabalhava, após um assalto. “Temos funcionários em acompanhamento médico, pois eles estão abalados e assustados e, pra dormir, têm que tomar remédio”, contou Luiz Alberto Barros, presidente do Sindicato dos Agentes Lotéricos de Alagoas.

 

PROTEÇÃO

Além de dar uma maior segurança aos funcionários, a blindagem também protege os funcionários de clientes mal humorados. Luiz Alberto Barros contou que, há quase um mês, um cliente em sua casa lotérica, chateado porque o dinheiro que esperava receber só estaria liberado no dia seguinte, chutou o guichê e deu um murro no vidro. “O cliente quebrou a mão, pois o vidro já estava blindado. Se não estivesse, ele com certeza machucaria a funcionária que o estava atendendo”, relatou.

 

FONTE: Tribuna Hoje (01/07/2012)

Colaboração: James Magalhães/Secretário de Comunicação/Sintect-AL 

 


Rua Ceará, 206 Prado Maceió - Alagoas 57010-350
SINTECT ALAGOAS 2024
(82) 3326-4454 sintect-al@uol.com.br