Para quem pensa que o inferno está longe, enganou-se. Para isso, basta dar uma passadinha na Agência Central dos Correios em Maceió e ter a certeza de que nem morreu, mas já chegou ao inferno pensando que estava indo para o céu.

É certo que para o inferno ninguém que ir, mas, inocente ou culpado, santo ou pecador, para a ECT, isso não importa. Chegou à Agência Central, você paga pelo serviço e tem a certeza de que só falta o capeta para o cenário ficar completo (e olha que de vez em quando ele aparece por lá travestido de gestor incompetente, sem compromisso com a coisa pública).

Entenda melhor o caso: há mais de um mês o sistema de ar condicionado da agência central está quebrado e a toda hora o que tem é muita lamentação, abano pra lá, abano prá cá, cliente de cara feia e funcionário constrangido diante de tanta reclamação.

Com o suor na cara e, feito rio, escorrendo pelo corpo de funcionários e clientes, o Sintect-AL tem que sozinho tentar resolver a situação, pois quem deveria resolver o problema não está nem aí e nem vai chegando. Afinal, na ECT é muito mais cômodo os pseudogestores (estes sim, estão no céu - mas não porque são santos) ficarem em suas salas com ar condicionados novinhos, sentados em aconchegantes cadeiras e sem o contato direto com o público que sofre. Eles esquecem que é essa gente de cara molhada e de alma lavada quem paga à ECT pelos serviços deficitários e sem segurança, tendo ainda que aguentar tanto calor na espera pelo atendimento.

Eis aí, o inferno: o do abandono, da encomenda atrasada e muitas vezes extraviada, dos assaltos, do sucateamento e da massada. Estes são os Correios. Não aqueles, dos lindos e milionários comerciais da Globo.

Mais uma vez se engana quem pensa que o inferno é num só lugar. Se atualmente ir aos Correios é fazer um tour por lugares escaldantes (a Agência Central é um deles)... Dá só uma passadinha no CTCE pra ver como as coisas andam. Mas, cuidado. Ou melhor, muito cuidado! Porque pras bandas de lá o capeta há muito tempo está solto. Soltinho da Silva.