10/07/2016
Semana intensa para os ecetistas. Durante os dias 6 e 9 de julho, em Luziânia, trabalhadores dos Correios fizeram parte do 33º Conselho de Representantes da FENTECT (Conrep) e, nesta mesma semana, pelo menos dois ataques foram desferidos à categoria não só dos empregados da ECT, mas também da área pública em geral. O Conrep, organizado com o objetivo de unificar esses segmentos, teve a pauta reforçada pela crítica do novo presidente dos Correios, Guilherme Campos, - que culpou os ecetistas pelo absenteísmo na empresa - e pelo anúncio do conluio entre o presidente interino Michel Temer e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que sinalizou o apoio ao aumento de 40 horas para 80 horas semanais de trabalho no Brasil.
Está claro: a campanha salarial 2016/17 não será fácil para a categoria. No entanto, para os representantes será necessário lutar com convicção e razão para manter a unidade e, dessa maneira, atingir os objetivos e manter a empresa com seu caráter público e social.
Acordo Coletivo
Às próximas negociações com a ECT, o comando de negociação terá como missão entrar num acordo com a empresa para obter como direitos 15% de reajuste salarial, R$ 300 linear, R$ 400 de vale-cesta e R$ 45 de ticket-alimentação - valores decididos no 33º Conrep.O Calendário de Lutas da campanha salarial 2016/17 tem início no dia 11 de julho, com a sistematização da pauta de reivindicações. A entrega da pauta à ECT ficou marcada para o dia 26 de julho, com ato público em frente ao edifício sede da empresa, em Brasília.
Olimpíadas
Com um ano atípico e os Correios como responsável pela logística do evento internacional, as Olimpíadas, os ecetistas optaram pelo ato público nacional no Rio de Janeiro, no dia 5 de agosto, com manifestações nos outros estados do país. A data não poderia passar em branco para os trabalhadores, embora a greve geral unificada tenha sido oficializada para o dia 14 de setembro.
É lutar ou lutar
Além dos números, é preciso mostrar ao novo presidente e os demais gestores dos Correios que o absenteísmo criticado por eles é causado pela sobrecarga de trabalho, falta de profissionais nas bases, incontáveis horas-extras e falta de condições de salubridade na empresa. Ou a ECT coloca em prática melhorias demandadas pelos trabalhadores, ou os números podem aumentar, já que o acesso à saúde está cada vez mais distante.
Entre tantos problemas que a classe tem passado, há ainda de lidar com a abertura de capital dos Correios, anunciada pelo governo federal logo após o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. A privatização - que dá os primeiros passos com a reestruturação da empresa, que tem como consequência, por exemplo, o fechamento de mais de duas mil agências no país - é uma ameaça aos empregos e benefícios dos ecetistas. Atualmente, o déficit de trabalhadores é de 20 mil, conforme análise da própria empresa, mas, na contramão das melhorias, a ECT tem sucateado os espaços e instrumentos de trabalho, em detrimento da qualidade de vida e profissionalização dos trabalhadores.
Ou a empresa negocia, ou continuará mantendo altos padrões de patrocínios, enquanto os empregados permanecem à míngua. Aos trabalhadores, resta a luta ou a luta. No Conrep ficou estabelecido que sejam esquecidas as desavenças. É hora de unir a categoria - também aos demais servidores do país - contra os ataques do governo que podem, consequentemente, ferir os direitos de todo e qualquer cidadão.
FONTE: Fentect