30/06/2018
Em mais uma semana de continuidade das negociações do Acordo Coletivo 2018/2019, os representantes dos Trabalhadores se reuniram com os representantes da ECT e novas ameaças/ataques por parte da empresa continuam.
No primeiro dia,foram debatidas questões relacionadas à saúde do trabalhador, como averiguação das condições de trabalho, ergonomia, formação de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), exames demissionais e retorno de empregados afastados. Logo de cara um ataque da empresa ao nosso ACT vigente: a ECT propôs a redução dos dias de acompanhamento - de 06 (seis) para 02 (dois) dias, e redução da idade dos dependentes - de menores de 18 (dezoito) anos para menor de 06 (seis) anos. Os Trabalhadores rejeitaram a proposta, justificando que não há o que se falar na redução de direitos e argumentou que com o passar do tempo, a empresa quer regredir nas questões sociais, requerendo na mesa que a licença acompanhamento seja sem limite de dias e de idade, mas que seja pautada de acordo com cada enfermidade.
Sobre os altos índices de absenteísmo, os trabalhadores afirmaram que ele é resultado das más condições de trabalho, assaltos, sobrecarga de trabalho, falta de efetivo, doenças ocupacionais, dentre outras questões relacionadas a má administração e solicitaram ainda cópias dos documentos dos estudos realizados pelo DESAU à época, nas unidades que mais impactam o absenteísmo.
Na cláusula 28, sobre o plano de saúde, a empresa se negou a apresentar uma proposta imediata, o que gerou uma revolta por parte dos trabalhadores justamente por se tratar de um dos pontos de destaque já que recentemente a empresa impôs mensalidade com o aval do TST. O assunto ficou para ser debatido juntamente com as cláusulas pendentes.
Em mais um ataque, a empresa propôs o fim da cláusula 33, que trata do funcionário inapto para o retorno ao trabalho. Os trabalhadores rebateram dizendo que a cláusula foi um avanço e, ao contrário, solicitaram a sua ampliação e melhor divulgação aos funcionários.
No dia em que se debateu os Direitos das Mulheres, tais como os itens ações de enfrentamento à violência contra a mulher, prorrogação da licença-maternidade, período de amamentação e promoção da igualdade de gênero, os trabalhadores reforçaram a necessidade da promoção da saúde no trabalho e o combate efetivo ao assédio sexual e moral, já que na prática, a ECT nada faz. Ressaltaram ainda que seja garantida a livre escolha para a contratação da babá, podendo inclusive ser parente próximo, a exemplo da avó materna ou paterna e a ampliação da licença maternidade por mais 60 dias, conforme está na pauta de reivindicações.
A representação dos Trabalhadores propôs ainda a criação de novas cláusulas: "LICENÇA PATERNIDADE" para vinte dias, justificando que não haverá prejuízos para Empresa, cobrando também, a inscrição no Programa de Empresa Cidadã; TRANSFERÊNCIA PARA ATIVIDADES INTERNAS" - Foi solicitado o levantamento da quantidade de mulheres que, eventualmente, irão ser
beneficiadas caso esta cláusula venha a ser contemplada; ALTERAÇÃO DA CARGA
HORÁRIA PARA 6 HORAS" para mães que tem filhos portadores de necessidades especiais,
sem perda financeira.
No dia em que se discutiu a entrega matutina, os trabalhadores ressaltaram que a empresa faz descaso, já que se preocupa mais com a implantação do DDA, que é um retrocesso para os trabalhadores, do que ampliar a entrega pela manhã, principalmente nos interiores. Foi ressaltada a falta de disposição e seriedade da Empresa em se comprometer com um projeto tão importante, que traz qualidade de vida aos seus trabalhadores e melhor qualidade no serviço prestado ao cliente.
Sobre a cláusula JORNADA DE TRABALHO NAS AGÊNCIAS DE CORREIOS,a ECT propôs a exclusão da cláusula,mas os trabalhadores ressaltaram pela manutenção da cláusula, além de propor avanços na pauta de ambas federações, como: pagamento de adicional de periculosidade, recolhimento diário de valores, jornada de trabalho de 6 (seis) horas diárias de segunda a sexta-feira, garantia do intervalo de alimentação, dentre outras.
Na questão da Segurança, a Representação dos Trabalhadores pontuou que deveria haver preocupações básicas com a vida do funcionário e sua integridade física, ao invés de pautar-se apenas na redução de custos. Ressaltou que há a necessidade de vigilantes nas agências, CDDs e CEEs, e que as unidades não estão preparadas, havendo livre acesso de pessoas. Propôs que haja abertura das agências, somente com a presença de um profissional de segurança armada. Dando sequência, discorreu quanto a falta de acompanhamento e compreensão dos gestores aos empregados quando da ocorrência de assaltos, discorrendo que muitos funcionários são obrigados a retornar aos distritos e unidades nos quais já foram assaltados diversas vezes e que não há acompanhamento destes trabalhadores aos fóruns e delegacias.
Segundo Givaldo Gomes, representante suplente de Alagoas no Comando de Negociação em Brasília, "no geral, a empresa continua propondo ataques, excluindo/reduzindo cláusulas que já estão consolidadas no nosso ACT, ao invés de avançar nos direitos dos trabalhadores. É preciso que toda a categoria esteja atenta as negociações e lotem as próximas assembleias para demonstrar a ECT que não aceitaremos rebaixamento no ACT."
Somente a luta de todos resultará em benefícios para toda a categoria. O momento exige um enfrentamento amplo para avançarmos nos nossos direitos.