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Nota do Sintect/AL contra a privatização dos Correios

25/02/2021

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     Na noite de ontem o presidente bolsonaro junto com os ministros da Economia Paulo Guedes e das Comunicações Fábio Faria, entregaram para o presidente da Câmara,Arthur Lira, o PL 591/2021 que visa a privatização dos Correios.

     O Sintect/AL repudia a atitude do governo e alerta a sociedade que a privatização dos Correios prejudicaria consideravelmente a população, que em milhares de cidades é a única instituição que presta serviços. O papel social dos Correios é defendido pelos seus empregados, assim como a manutenção do caráter público. A categoria repudia também o continuado aparelhamento político-partidário nos Correios, onde agora um general que não entende nada de Correios preside a empresa, fragilizando as ações operacionais e estratégicas da empresa, visto que além de não ter conhecimento da área, não é possível alcançar um alinhamento de ações a serem desenvolvidas.

 

     Diante da suposta crise alegada pela empresa, destacamos que os Correios sempre contribuíram para os cofres do Governo Federal e sempre se mantiveram como empresa autosustentável,sem onerar a União com despesas para a sua manutenção.Cabe destacar que nos últimos anos os Correios repassou parte suas reservas financeiras, no montante de 6 Bilhões, que prejudicaram a sustentabilidade da empresa, como aponta o parecer da CGU. Além disso, o lucro dos Correios do ano de 2020 deve ultrapassar mais de 1 bilhão de reais.

     Denunciamos também o grande défict de funcionários existente. Estamos há 10 anos sem concurso (o último foi realizado em 2011) e pra piorar, o governo realiza constantes PDV‘s, onde somente no mais recente agora em Fevereiro de 2021, apenas na primeira fase já saíram mais de 12.000 funcionários.

     O enquadramento contábil da ECT, sob-regras internacionais de contabilidade, que instituiu a conta pós-emprego impacta no equilíbrio financeiro, com o lançamento anual de R$ 1,5 bi de prejuízo para a empresa. A representação dos trabalhadores sempre questionou a fórmula aplicada para o lançamento contábil e a necessidade urgente de rever este cálculo para equilibrar as contas. 

     Há, ainda, diversos patrocínios e gastos desnecessários que contradizem a alegação de crise financeira da empresa, como, por exemplo, a recente divulgação de que somente o auxílio moradia recebido pelo presidente dos Correios (fora o seu salário de R$ 46.000) é maior do que o salário base dos funcionários concursados, enquanto os empregados são ameaçados de demissão, entre outros. Não podemos esquecer o “estranho” distrato com o Banco Brasil na parceria do Banco Postal que criou um enorme prejuízo financeiro e a empresa teve que arcar com a devolução de quase R$ 2 bilhões ao BB, pra depois fechar o contrato com a mesma instituição bancária,como se nada tivesse acontecido.

     Os Correios, apesar de ter o monopólio de cartas, o carro chefe são as encomendas e o banco Postal, segmento que não faz parte do monopólio. A empresa também detém total possibilidade de crescimento do mercado, que se encontra em expansão. Muitas são as ações que podem ser adotadas para a sustentabilidade da empresa, caso seja de interesse do Governo Federal, que se percebe claramente não haver. Muitas são as alternativas para que os Correios venha a se tornar novamente orgulho da sociedade e dos empregados, a exemplo: a) a FIDELIZAÇÃO das postagens de todas as EMPRESAS PÚBLICAS FEDERAIS e Estaduais nos Correios. b)Criação de Banco próprio; c)Investimento em logística;d)Investimento na qualidade de entrega, com o cumprimento de prazos das encomendas e cartas; e) aporte dos valores de 3,9 bi repassados para a União, acima do estabelecido legalmente; f) além das ações relacionadas a área de gestão de pessoas, condições de trabalho, segurança, contratações de novos empregados através de concurso público, entre outras medidas que recuperem o ambiente interno de trabalho.

     Diante de tantas constatações e ações desastrosas das direções da empresa, as alegações recentes veiculadas na imprensa principalmente pelo Ministro das Comunicações  Fábio Faria são um verdadeiro assédio moral aos trabalhadores, que demonstram aqui sua indignação e já deliberaram a construção de uma grande luta nacional em defesa do patrimônio público brasileiro, dos seus trabalhadores e da sociedade.


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