01/10/2025
A situação no CDD Ponta Verde chegou a um ponto insustentável. Apenas um veículo está em funcionamento para atender três distritos, enquanto os outros seguem quebrados e sem previsão de conserto, apesar de já terem sido enviados orçamentos para manutenção.
Com a frota reduzida, o serviço de entrega está paralisado em boa parte da região, e o acúmulo de encomendas dentro da unidade cresce a cada dia. Trabalhadores relatam que a sobrecarga já ultrapassou os limites operacionais e a pressão sobre os carteiros só aumenta.
Outro problema grave é a logística de transporte. Antes, o caminhão alugado fazia a retirada das cargas do interior, mas esse contrato não existe mais. A responsabilidade passou para um veículo da própria empresa, o que tornou o processo mais lento e irregular. Agora, as cargas estão chegando em uma Ducato, mas o motorista já avisou que o caminhão não tem condições de atender toda a demanda.
A dificuldade se estende até o descarregamento. Apesar de haver uma paleteira no local, o equipamento só alcança o primeiro contêiner da Ducato. Os demais precisam ser puxados manualmente, mesmo com grande parte da equipe sob restrições médicas. “O pessoal está cheio de limitações, mas tem que puxar os contêineres no braço para que a empilhadeira consiga encaixar e descarregar. Isso é desumano”, denuncia um trabalhador.
As condições atuais comprometem não só a saúde e segurança dos trabalhadores, mas também o serviço prestado à população. Atrasos na entrega de correspondências e encomendas essenciais já são realidade para milhares de pessoas que dependem do funcionamento regular dos Correios.
“É uma soma de descaso e desorganização. Não tem veículo, não tem estrutura de descarga, não tem planejamento logístico. Quem paga a conta são os trabalhadores, sacrificados, e a população, sem receber suas encomendas no prazo, uma verdadeira VERGONHA que não podemos mais tolerar" reforça o Presidente do Sintect-AL, Alysson Guerreiro.
Enquanto os problemas se acumulam, é inadmissível que a direção da empresa não apresente soluções concretas. No CDD Ponta Verde, o sentimento é de abandono e o resultado, de precarização cada vez mais grave.